quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Quem vale mais???
Essa é a pergunta que me fiz, ao passar pela Estrada Real, por volta das 16h30 de ontem – dia 15 de janeiro de 2008. Ali, vi umas duas dezenas de pessoas caminhando, com crianças, compras, malas, em meio a ônibus parados e carros trafegando – sem nenhuma indicação de alerta. Adiante, carros da polícia estacionados. Fiscalizando.
O que acontece? A proibição de veículos pesados atravessarem as pontes históricas da Estrada Real faz um estrago na rotina – há mais de um mês – dos moradores de Lavras Novas, Santa Rita, Salto e Chapada. Os ônibus são proibidos de trafegar e, portanto, é preciso fazer uma baldeação: ou seja, os passageiros têm que descer e caminhar na estrada, para passarem para outro ônibus que os aguarda além ponte.
O que acontece? Os caminhões que abastecem o comércio local de gêneros de primeira necessidade – como comida – e também materiais de construção e outros, também não podem trafegar.
O que acontece? Que a história é importante, e manter qualquer registro dela é inquestionável, também não se discute. Mas o que acontece, se o povo é prejudicado e nada é feito de forma urgente para solucionar esse impasse? Seria hora de questionarmos quem vale mais. O povo ou sua história?
Indignação é a palavra de ordem da população destes distritos, que mais uma vez se sentem desprestigiados, abandonados, ignorados.
Em Lavras Novas sofremos com a falta de água, com grande parte do distrito sem calçamento, com a estrada de acesso ao distrito mal cuidada, com a falta de esgoto e tratamento do mesmo, com a iluminação precária, com um serviço médico também precário. É preciso, muitas vezes, que tomemos iniciativas: para termos policiamento, a comunidade teve que construir um posto policial e também é responsável pela alimentação dos policiais de plantão, que atuam apenas nos finais de semana.
Neste dia 15 de janeiro, como pequena empresária, paguei meus impostos com raiva!!! Porque tenho consciência de que faço a minha parte como cidadã. Mas, diante de um quadro como esse eu pergunto – mas para quê mesmo pagamos impostos?
Sylvia Vianna – Lavras Novas
Postado às 04:13 |
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